As vezes as mudanças são boas.

 
Sei lá, eu mudei muito de uns tempos pra cá. Eu não estou falando de mudança de visual, de casa, de cidade, de país. Quer dizer, mudei de casa, mas também mudei meus amigos, mudei meus sonhos, mudei de rostos, mudei de sorrisos e mudei de amores. O começo dessa minha mudança foi justamente isso, amor! Não que o amor seja culpado, a culpa foi completamente minha, eu confesso. Essa culpa foi por amar demais, confiar demais e acreditar em promessas demais. Mas é claro, tudo meu é demais, é exagerado, é amor pra cá, ódio pra lá. Tudo em enchentes, nenhuma chuvinha fina!
  Mas sabe, eu aprendi com tudo isso, quebrei a cara tantas vezes que uma hora você precisa parar pra pensar, ''perai, o que é que eu tô fazendo?'' , isso, é aprender a se controlar, principalmente o coração, que sempre apanhou, que sente aquele amor em exageros e aquele ódio bobo. Você acaba entendendo que é sentimento demais pra pouco valor, é muito singular para ''eu e você ou nós'', é muito intenso pra um amor que nem merece tanto assim, um amor que nem é seu.
  Ei menina, não mude por outra pessoa, se você quer mudar, mude por você, ame primeiramente você, as vezes as mudanças são boas, mas só se esse for o seu objetivo.        - Victória Ribeiro.

Criador ou personagem?

 Talvez, eu esteja sendo enganada ou talvez não. Se esse não for realmente ele, eu vou estar apaixonada pelo ser imaginário, ou como gosto de chamar, personagem. Isso não importa mais, de qualquer jeito, já estou apaixonada. Seja pelo personagem ou pelo criador, agora eles são um só. Mesmo que o personagem suma, restará o criador do personagem, aquele do qual eu conheço poucas coisas, quer dizer, uma coisa. ''Foi a pessoa que inventou o personagem pelo qual eu me apaixonei''. Ainda restará um pouco da história imaginária, porque foi o ''ele-personagem'' que me marcou, isto é, se ainda resta ele. Enfim, ele quis me agradar de alguma forma, ele pensou em mim, eu fui especial, por isso que agora, o personagem ou o criador, seja qual for, virá me visitar.
- Victória Armando

O forro de seda azul

 Ele era lindo, sobre aquele sorriso que iluminava tudo em volta, com os olhos castanhos, bem escuros, que quando encontrava os meus, me fazia perder o ar. Só havia ele e eu ali. Ele era o sol de um dia incrível, o ritmo da minha música. Sei lá, ele era o que me completava, de alguma forma, ele fazia-me sentir maravilhosa, só dele. Ele, só meu.
  No café da manhã, quando ele derramou café no forro de seda azul da mesa e nossas mãos se encostaram, ele me olhou tão intensamente, de um jeito tão amoroso, seguro de si, que pensei que ficariamos nos olhando, ali, pra sempre, daquele mesmo jeito. Sabe, eu não me cansaria de admirar aquelas curvas, daquele rosto perfeito, o rosto do meu amor.
 — Eu te esperei por tanto tempo!
  Então ele se aproximou e meu deu o seu melhor beijo.

- Victória Armando